sexta-feira, 28 de julho de 2017

A maior praia do mundo – 220km de Iemanjà a Barra do Chui




Saída da Prainha em São Francisco do Sul a primeira parada foi em Torres. Sem dúvida a praia mais linda do Rio Grande do Sul. Foram 462km. Foi mais uma parada estratégica do que propriamente uma 
escolha turística. Mas valeu a pena.

A Praia tem umas formações rochosas muito interessante, as chamadas "torres" de basalto vulcânico que lhe deram o nome. Duas curiosidades: é a única praia do Rio Grande do Sul que possui paredões rochosos à beira-mar e possui a única ilha marítima do estado, a ilha dos Lobos.



Passamos por Osório e continuamos pela BR 101 que, neste trecho,  percorre o RS entre a Lagoa dos Patos e o Oceano Atlântico, passando pelo Parque Nacional da Lagoa do Peixe e pela Estação Ecológica do Taim. Muita capivara!!. Lá eles chamam de Ratão do Banhado e os hermanos de Carpincho.




Chegando mais ao sul pela BR 101 é necessário fazer a travessia de balsa na Barra da Lagoa dos Patos, de Povoação da Barra (São José do Norte) a cidade de Rio Grande.




E ali, do outro lado da barra da lagoa dos Patos, inicia-se a maior praia do mundo!

Localizada entre a barra da Lagoa dos Patos, no balneário do Cassino, e o arroio Chuí, na fronteira com o Uruguai, a isolada Praia do Cassino é considerada a maior praia do mundo, segundo o Guinness Book. De um total de 220 km de praia, 180 km são totalmente desertos.




Estrada tranquila. Enchemos o tanque em Chuí no Brasil, tentamos fazer câmbio de moedas, mas as casas já estavam fechadas, e seguimos viagem até a primeira parada no Uruguai: Punta del Diablo.

segunda-feira, 3 de julho de 2017

El Rey de La Ruta 40 em viagem a Pueblos Andinos


Parece prepotência se autoproclamar de O Rei da Ruta 40, não é verdade?

Mas na verdade, mesmo, é um grande orgulho ter tido essa ambição e realizar a conquista: vencer a totalidade dos 5.224 km da Ruta 40. Conhecida também como Trasncordillerana, ela percorre toda a Argentina pelo divisor Oeste, em sentido Sul-Norte, margeando a Cordilheira dos Andes. Seu trajeto começa ao nível do mar em Rio Gallegos e finaliza em La Quiaca, divisa com a Bolívia.

Nessas viagens sempre foi buscado o desafio de conhecer paragens fora da rota normal seguida pela maioria dos viajantes. Assim, percorrer ramais de estradas que saem do eixo principal da Ruta 40 e adentram ao interior da Cordilheira dos Andes te levam a lugares fantásticos, onde são encontradas paisagens maravilhosas e diversas comunidades indígenas, conhecidas como Pueblos de Montaña ou Pueblos Andinos.

Muitas vezes os acessos são precários e as estradas mais desafiadoras ainda, especialmente no inverno quando muitas delas ficam intransitáveis pela densa neve que cai na região.

E aí que a viagem fica mais maravilhosa, emocionante e desafiadora!

Nessa viagem agora de julho, como mostra o banner acima, sairemos da Prainha em São Francisco do Sul - Santa Catarina, passaremos pelo Uruguai, depois pela região de Córdoba - Sierra de los Comechingones - Nono e depois Villa Pehuenia e outro Pueblo de Montaña que não especificarei aqui no blog.

Será uma viagem de aproximadamente 7.500km que deveremos fazer em 25 a 30 dias.

Postaremos informações, relatos, curiosidades, fotos das paisagens e contaremos aqui nossas aventuras.

Vamos nessa?

João / Ana Maria / Moreno
Os Reis da Ruta 40







quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Cânion Colca - O Cânion mais profundo do mundo!


Depois de dias agradáveis em Machupicchu e Cusco acordamos cedo no dia 11/01/2016 e saímos em direção a Chivay, cidade mais próxima do Cânion Colca, tratado por eles como o "Canon mas profundo del mundo".

Dizem que essa informação é um pouco controversa, mas o pessoal do Peru considera assim e na foto abaixo pode ser visto essa afirmação escrita na estrada de acesso ao Cânion.



A viagem de Cusco a Chivay é bastante complexa e complicada na escolha do melhor caminho. Escolhemos voltar de Cusco em direção a Juliaca. No entroncamento na cidade de Sicuani, saímos em direção a Espinar. Depois de lá, até hoje não sabemos por onde passamos.

Mas a viagem é algo de espetacular, basta ver a paisagem que a estrada vai mostrando a cada curva.




      O detalhe dessa foto acima é que ela não foi tomada com uma lente grande angular. É uma foto panorâmica



      É estarrecedor a beleza dessa estrada, que passa por lugares fantásticos. Mas se nos perguntarem onde é, não sabemos mais.

Mas chegamos bem, final da tarde, nos acomodamos no simpático hostel Rumi Wasi e fomos para a praça central da cidade darmos uma volta, comer e beber algo.

A cidadezinha de Chivay é muito simpática e é o ponto de parada das inúmeras excursões que saem de Arequipa para conhecer o Cânion, onde os condores são avistados saindo de seus ninhos abaixo do Mirador. Ou seja, os condores são avistados por cima. Para essa visualização tem que estar a postos bem cedo, pois é o momento que os condores deixam seus ninhos e refúgios e saem para se alimentarem.





































Infelizmente chegamos muito tarde e não conseguimos avistar os condores saindo em seus voos matinal.
Mesmo assim, valeu a pena pois a paisagem é fenomenal.

A Região é cercada por um cordão de vulcões de altitudes muito elevadas e em plena atividade, podendo ser avistadas as fumarolas expelindo os gases e fumaça.























No último dia fomos ao mercado local e compramos aquilo que seria nosso prato de despedida do Peru: llama com legumes.


Convidamos os clientes amigos do hostel e fizemos uma grande festa, regada a vinho e cerveja.



quarta-feira, 2 de março de 2016

Cusco: Machupicchu - Cidade Sagrada



Depois de ser “esfolado” pelos policiais do Peru, seguimos de Puno a Cusco. Viagem tranqüila e sem problemas. Paisagem bonita na estrada, mas como alertou um grande companheiro, Franklin Galvão, emérito professor da UFPr – Escola de Floresta, o Peru está bem degradado em termos de ecossistemas naturais. A Bolívia é bem mais conservada, principalmente no altiplano andino.

Chegamos a Cusco, nos alojamos no Hostel Ukukus e fomos ao centro da cidade, apreciar a Plaza de Armas e ajustar os passeios pelos atrativos.

Compramos os pacotes turísticos: city tour com Qorikancha (Templo do Sol), Saqsaywaman, Tambomachay (“lugar de descanso” – destinado ao culto da água), Q'inqu (“labirinto”) e, a maior atração, Machupicchu.

Para Machupicchu optamos pela rota da Hidreléctrica. Essa rota foi uma sugestão do Moreno, que no ano anterior a tinha feito.

Para esse pacote todo, incluindo translado (van de Cusco a Hidreléctrica), ingresso de entrada em Machupicchu , guia, duas noites em Águas Calientes – agora denominada de Pueblo Machupicchu - com jantar incluído e lanches, pagamos US$ 110,00 por pessoa. Achamos o preço bom, pois se optássemos por ida em van e trem, o custo iria para US$ 220,00 por pessoa.

Fizemos o passeio pelos atrativos ao redor de Cusco, que é algo de excepcional. Visualizar as fotos já é uma coisa fantástica, mas quando você conhece a história, as passagens, os fatos que aconteceram, os registros antecedentes... as fotos tem outro valor, outro significado. Por isso dizemos: fotos lindas, estampam a paisagem, mas fica o vazio da história.

Preencher esse vazio, só indo lá, escutar, refletir... e, daí, as fotos tomarão outras cores.


Qorikancha (Templo do Sol) - O sistema de dominação cultural dos espanhóis foi esse: onde havia um templo Inca ele foi destruído e em cima foi construído uma igreja católica.













Saqsaywaman


No dia da viagem de van para Hidreléctrica nos preparamos, pois fomos alertados pelo Moreno que a viagem ia ser perigosa. Estrada estreita, de terra, sobre precipícios, que ao menor vacilo poderia ser fatal. A todos da van!!! Quem tem medo de ribanceira deve colocar um tapa-olho, respirar fundo e relaxar.

Saímos cedo de Cusco, almoçamos no caminho (incluso no pacote) e chegamos as 16:00 na Hidreléctrica. De lá tem que fazer uma caminhada de 10km sobre os trilhos de trem. Nosso receio era pegar a noite no caminho, pois não tem luminosidade e caminhar a noite sobre trilho de trem é bastante perigoso: uma torção de pé e pronto, acaba o passeio!


Estrada para Hidreléctrica. Estrada asfáltica e de terra (rípio).

Paisagem pelo caminho - Um grande Cerro Nevado

Caminhamos firmes e chegamos já anoitecendo em Pueblo Machupicchu . O guia estava nos esperando, nos levou ao hostel e combinamos de jantar juntos (incluso no pacote) para ele nos passar os detalhes da subida no outro dia para Machupicchu .




Jantar agradável, com cardápio de “trucha a lo pobre”, cervejas e fomos descansar para o outro dia estar bem.

E estávamos bem!

Passeio maravilhoso! Não contaremos detalhes históricos do local, pois na internet tem muita informação e, também, já fizemos isso em “posts” anteriores nesse blog. (ver: http://elreydelaruta40.blogspot.com.br/2014/02/machu-picchu-cidade-sagrada-jamais.html).

As fotos mostrarão um pouco das belezas do local (para ampliar, click em cima da foto).













Machupicchu desde a Porta do Sol - Inti Punku


Moreno e Taiana em 2016 e 1997

Equipe Petrollera II

Percebemos que a cada ano o sistema do tour em Machupicchu está mudando. Ficando cada vez mais restrito. Há locais onde o guia não te leva mais. Agora eles estão levando um álbum de fotos e quando falam de um lugar que tem história e não passaremos, ele mostra as fotos.

Sabemos que tem que ter um processo organizacional no roteiro do passeio, que tem locais mais sensíveis, que o pisoteio e passagem de muitas pessoas vai acabar impactando o local. Pudemos perceber nessa visita que está mais restrito os locais de acesso e que tende a cada dia ficar pior, em termos de restrição. Por isso indicamos: quem tiver intenção de ir a Machupicchu, que vá logo, antes que o acesso fique tão restrito que você verá Machupicchu só de longe.

Eu (João Batista) e o Moreno fomos pela quarta vez a Machupicchu. Não cansamos de ir e todas as vezes foi espetacular.

As idas anteriores que eu fui foi assim: uma vez de Cusco a Machupicchu de trem (o custo atual é US$ 280,00/pessoa), outra vez pelo Caminho Inca e uma vez de Cusco a Ollantaitambo de van e de lá de trem até Machupicchu (custo atual US$ 220,00/pessoa). Com as experiências acumuladas eu digo que o roteiro do Caminho Inca é incontestavelmente o mais aventureiro e bonito, mas é restrito a quem tem bom condicionamento físico.

Quem não tem um bom condicionamento físico, mas não tem problemas de caminhar, vá pela Hidreléctrica (US$ 110,00/pessoa). É muito mais interessante do que de trem.

E a caminhada da Hidreléctrica até Machupicchu é tranqüila. Caminho plano e sossegado.

Parodiando o poeta:

 “Anda,
Com o pé eu vou
Que o pé não costuma faiá”!


Vá, caminhe!!!

domingo, 21 de fevereiro de 2016

NÃO VÁ DE CARRO AO PERU!!!!


Esse post será um registro muito importante, especialmente para aquelas pessoas que desejam ir de carro ao Peru. É somente texto mas para os interessados vale a pena ler.


Como foi comentado no post anterior, os bolivianos são gente muito boa. As vezes um pouco grosseiros, meio brutos, mas limpos de espírito e de ação.

Agora, no Peru... terrível: eles, provavelmente, tem os policiais mais corruptos do mundo!!!! Desconheço outro país com policiais tão corruptos como os do Peru.

Vou relatar os acontecimentos que nos levaram a essa conclusão: por ocasião do planejamento de nossa viagem eu consultei como era a questão do seguro obrigatório (SOAT - Seguro Obrigatório de Accidentes de Tránsito). Foi-me informado que para entrar ao país ele é indispensável e é contratado assim: passo 1: você faz a documentação na "migración" e pega o documento de entrada do veículo na Aduana; passo 2: dirija-se a cidade próxima; passo 3: com os documentos pessoais, do veículo e o documento da aduana, dirija-se a uma loja corretora de seguros e contrata o seguro de acordo com o período que ficará no país. E pronto! (Expiquei isso em um post mais antigo - ver postagens mais antigas Seguros obrigatórios de veículos para Chile, Peru, Bolívia e Mercosul.

Muito bem! Fizemos a Aduana individual e me dirigi a outro local onde faz-se a documentação de entrada de veículo no país. Um atendente me mandou entrar e sentar. Fechou a porta e começou: onde estás el SOAT? Eu expliquei que iria fazer em Puno, cidade mais próxima e para onde estávamos nos dirigindo.
--- No! No puede, tiene que tener el SOAT... el auto no pude salir está preso... E assim foi!
Eu tentava argumentar: mas eu tenho que ter o seu documento de entrada no país para contratar o seguro. Como vou contratar o seguro sem o documento??

Não adiantava!

Até que falei que tinha a mensagem da seguradora que me dizia como eu tinha que proceder, que era justamente o que eu tinha falado para o policial. Ele relutou até que pediu para ver a mensagem. Ainda bem que eu tinha imprimido o e-mail. Mostrei para ele, que leu, deu uma resmungada e disse que iria abrir uma exceção.

Deu-me o documento de entrada do veículo escrevendo uma observação que ele estava condicionado a eu fazer o SOAT em Puno.

Beleza! Liberaram-nos e fomos tranquilos em direção a Puno. Estávamos safos!

Estávamos safos!!?? Que nada!

Na entrada de Puno uma barreira policial. Pararam-nos. Quando eu vi que era uma policial mulher, pensei: "mulher policial é melhor, geralmente são mais exigentes, mas são justas e honestas".

--- Buenos días... documentos del vehículo, pasaporte...!
--- Buenos días! Sí, acá está.
--- Señor y el SOAT?
--- Yo voy hacer en Puno.
--- Señor, no tiene el SOAT?
--- Mire, en la aduana el policial nos dio el documento de entrada del vehículo con esta observación, mire acá: “el SOAT será hecho en Puno!” --- Mostrei o documento onde estava escrito a observação.
--- Señor, noooo! El policial de la aduana no manda nada en el servicio de la Policía Caminera. Se no tiene el SOAT el vehículo estas aprendido. Usted no puede viajar con él.
--- Pero, señorita, nosotros vamos hacer-lo en Puno, ahora! (dava para ver a cidade a uns 500m).
--- El vehículo está preso!
--- Pero, señorita!!!! Nosotros vamos hacer-lo, ahorita en Puno, usted puede nos acompañar!!!
--- No, yo no puedo salir de acá.
Ela se aproximou com um livretinho aberto, onde tinha os resumos das infrações e o valor da multa, no caso Soles 450,00. Mostrou para mim, debruçou-se sobre a janela e com o braço inteiramente dentro do carro disse:
--- Señor, o que yo consigo hacer por usted? O mejor, o que usted puede hacer por mi? --- Disse ela esticando a mão com o dedo mínimo e o anular entreaberto, como uma tesoura, escondidos embaixo do livretinho, esperando as notas de dinheiro.
--- Y rápido señor! Se mi jefe llega acá, yo no puedo te ayudar.

Saímos entristecidos e chateados e fomos ao centro da cidade fazer o SOAT.
Listo??? Listo...
Pero no mucho!!!

Depois que você se distancia da fronteira te deixam em paz. Por um breve momento!!
Na volta para o Chile, já próximo de Arequipa, viajando tranquilos, quando olho pelo espelho de fora do motorista, vejo uma moto com o policial fazendo sinal para eu parar. Estaciono o carro no acostamento e vem ele:

--- Documentos, del vehículo y motorista.
--- Acá está.
--- Muy bien, documentos correcto, SOAT, pero ... usted tiene autorización para transitar con vidrio polarizado?
--- ...!!
--- No es reglamentar el filme polarizador de los vidrios en Perú. El vehículo está preso. Usted tiene que ir al centro de la ciudad, retirar una autorización para circular con filme polarizador...
--- Pero señor, ya es tarde, nosotros estamos listos, todo correcto e eso ahora??
--- No. El vehículo está preso.

Lembro até agora da cara do indecente: o policial tinha uma cara arredondada, um dente de ouro na frente (daquele tipo que tem só o contorno em ouro e o meio fica dente), cara brilhante de gordura, sorriso sujo... enfim, sujeito asqueroso.
Se aproximou do carro, igual a policial de Puno, mostrando o livretinho que constava que "transitar con vidrio polarizado... multa de Soles 510,00".

--- Ustedes pueden ir al centro de la ciudad, que queda a 40 o 50 minutos de taxi, hacer la autorización, pagar la multa en banco e volver para liberar el auto. O, yo poso liberar mediante un pago especial.
--- ...!!!

Não adianta. Mesmo que você tenha tudo certo, eles vão procurar, e se não achar, eles vão inventar alguma coisa e vão te dizer que "no es reglamentar en Peru..." e vão te achacar.

Essas histórias todas nos deixaram moralmente abalados e muito confusos com a situação posta: ou você paga a propina ou não passa. Tenho até escrito nesse blog que temos que acabar com isso em qualquer parte do mundo, pois ser um "propineiro" é tão criminoso quanto ser "propinado”.


Devido a tudo isso dizemos e afirmamos: NÃO VÁ DE CARRO AO PERU!!!!

NUNCA!!!!!

Aliás, até a policial de Puno nos disse que é muito difícil viajar com carro de placa estrangeira no Peru. E ela até nos falou: "no recomiendo a ustedes viajar de carro por Perú"!

É mole!!!!!


terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Lago Titicaca e suas atrações.


 Depois de uma bela entrada de ano em 2016 no Salar de Uyuni, nossa rota agora era rumar em direção ao Lago Titicaca, considerado o lago navegável mais alto do mundo.


É claro que não poderíamos sair de Uyuni sem nos despedirmos do saboroso churrasco de llama servido em restaurante onde os moradores de Uyuni frequentam. Para variar, estava uma delícia.

Saímos no dia 02/01/2016 em direção ao Lago Titicaca, onde ficaríamos em Copacabana. Estrada de asfalto quase toda terminada entre Uyuni e Oruro, que seria inaugurada por ocasião do Rally Dakar pelo Presidente Evo Morales. Depois de Oruro, uma via muito boa, leva até La Paz, que decidimos desviar pois não gostamos muito de cidade grande.

A viagem transcorreu bem até na região metropolitana de La Paz. Chegando lá o trânsito ficou horrível, engarrafado, muita gente na estrada. Passamos um sufoco, mas logo chegamos na travessia de balsa para acessar Copacabana sem ter que ir pelo Peru (Desaguadero), senão teríamos que fazer duas travessias de fronteira: de saída da Bolívia para entrada ao Peru e saída do Peru e entrada para a Bolívia novamente.

O sistema de travessia de balsa é muito precário, além de uma desordem total. O embarque até que é rápido, mas o desembargue é uma confusão! Para atracar os balseiros vão no grito, no "empurra-empurra", no puxa-e-frouxa... uma loucura! Mas chegamos do outro lado (Tiquina) e fizemos um belo passeio pela estrada que vai margeando o lago até chegar em Copacabana.




O Sistema de travessia de balsa para Copacabana "é o caos!!!"


Paisagem da estrada que vai margeando o Lago Titicaca. Ao fundo os montes de geleiras eternas.



Trecho da estrada já com vista para Copacabana.

Chegamos em Copacabana e fomos atrás de hotel, mas tínhamos esquecido que era sábado de um feriadão emendado do ano novo. Não tinha vaga em lugar algum. Depois de nos dispersarmos em dois grupos e muito procurar, encontramos dois e até rolou um estressezinho, pois, no desespero, um grupo tinha empenhado a palavra em um hotel e o outro grupo achou um outro hotel que parecia melhor. Daí houve divergência, mas que serviu para lição: procurar hotel em turma, tem que ir todos juntos!

Naquele mesmo dia contratamos o passeio de barco pelas Ilhas da Lua e do Sol, procuramos outro hotel para mudarmos de manhã, jantamos uma boa truta (trucha ao ajo) e fomos dormir.

Acordamos bem cedo, trocamos de hotel e embarcamos para o passeio. O barco até que era seguro, mas os motores de popa dois tempos utilizados em quase todos os barcos soltam muita fumaça e, o problema, era que a aerodinâmica do nosso barco era desfavorável, fazendo com que toda fumaça entrasse pela cabine onde estavam os passageiros. Foi meio tóxico!

O passeio foi legal. Paramos primeiramente na Ilha da Lua e fomos conhecer uma ruína pré-incaica e depois subimos o morro, onde tem uma bela vista dos montes nevados de geleira eterna nos arredores de La Paz.




Ruínas de construções pré-incaicas da Ilha de la Luna.

Curiosidade: Tïticaca foi traduzido como "Pedra do Puma", combinando palavras da língua local Quechua e Aimará. Tem cerca de 8.300km² e situa-se a 3.821m acima do nível do mar. É o lago comercialmente navegável mais alto do mundo e o segundo em extensão da América Latina, superado apenas pelo Lago de Maracaibo na Venezuela, apesar desse último ser considerado por alguns, uma grande baía salobra devido à sua ligação direta com o oceano. O Titicaca tem uma profundidade média de 140 a 180m, e uma profundidade máxima de 280m. Mais de 25 rios deságuam no lago que tem 41 ilhas, algumas densamente povoadas. O lago Titicaca é alimentado pela água das chuvas e pelo degelo das geleiras que rodeiam o altiplano. O lago é o formador do rio Desaguadero, que corre para o sul através da Bolívia até o Lago Poopó, no entanto, este rio (desaguadouro) é responsável por menos de 5% da perda de água do lago, o resto fica por conta do processo de evaporação, promovido pelos ventos intensos e à exposição extrema à luz do sol nesta altitude.
 


Vista geral do Lago Titicaca desde a Ilha do Sol


Da ilha de la Luna fomos para a Ilha do Sol, onde almoçamos e passeamos pela ilha. Ela é muito bem estruturada, com pousadas, hostels, mercados e outras infraestruturas, que possibilita a presença e visitação de muitos turistas.







Para nós foi o ponto alto do Titicaca Boliviano, e até chegamos a uma conclusão: quando for ao Titicaca, não fique em Copacabana, fique na Ilha do Sol.

Voltamos o final da tarde, nos instalamos no novo hotel, que era muito mais confortável que o outro e, além disso, tinha o café da manhã, que não era oferecido pelo anterior.

Levantamos no outro dia e rumamos a Aduana de travessia da Bolívia ao Peru. Lá fomos a Puno e sua atração importante: as Ilhas Flutuantes de Los Uros.




As ilhas flutuantes de Los Uros são construídas sobrepondo juncos (lá o nome é "totora"), que é o mesmo material que utilizados na construção das embarcações típicas da região. Nessas ilhas vivem as comunidades tradicionais que vivem, atualmente, do turismo.




Na Bolívia o pessoal é gente boa, mas no Peru... a simpatia que eu tinha com esse País ficou muito abalada. Foi-se ao chão por um motivo bem específico: o Peru tem os policiais mais corruptos do mundo!!!! Desconheço outro país com policiais tão corruptos como os do Peru.

Por isso concluímos e vou explicar melhor no próximo post: NÃO VÁ DE CARRO AO PERU!!!!