Já estivemos em Machu Picchu, anteriormente, em
janeiro de 1998 e pudemos constatar grandes mudanças no sistema organizacional
do tour. Naquela ocasião fizemos a trilha Inca, que é super desafiadora. Desta
vez fizemos o tour tradicional.
Na outra viagem a vila de Águas Calientes, ou Pueblo
de Machupicchu, era um caos. Suja e muito desorganizada. O trem também era
barra pesada. Era o único trem existente e nele viajavam o pessoal local e os turistas
e não tinha limite de lotação. Então era galinha, porco, sacos de cereais,
legumes, vendedores de tudo o que se pode imaginar... todos juntos enlatados no
vagão.
Agora o sistema mudou. Tem os trens de turistas e os
dos moradores locais, onde turistas não entram.
Primeiramente desloca-se de van, ou automóvel
particular, até a cidade de Ollantaytambo (1h:30 de viagem). Lá toma-se um
trem, muito bom, com teto panorâmico e serviço a bordo, tal qual um avião (não
da Gol nem TAM).
A viagem é muito bonita. A estrada de ferro vai
margeando o rio Urubamba, que estava bastante ruidoso. Esse rio pertence à
Bacia Amazônica e o trem vai entre ele e as montanhas. A vegetação vai ficando
cada vez mais densa a medida que se aproxima de Águas Calientes.
Chegamos a estação e lá estava uma moça me aguardando
com uma placa escrita Jhoan Campos. Todos de língua espanhola não conseguem
falar meu nome corretamente. Sempre falam Joáo.
Passeamos pela cidade e fomos dormir cedo, pois
queríamos sair “temprano” para a Cidade Sagrada.
Curiosidade – A cidade de Machu Picchu não foi dominada pelos
espanhóis, como Cusco. Ela misteriosamente estava desabitada, morando lá apenas
duas famílias nativas, as de Toribio Richarte e Anacleto Alvarez. O pessoal nativo
do Peru não tem o tal do Hiram Bingham em bom conceito. Hiram Bingham é considerado
pelos colonizadores e comunidade científica como o descobridor científico de
Machu Picchu. Segundo falou nosso guia e está registrado em livros, ele chegou
ao local que hoje é Águas Calientes, perguntou para uma família local se poderiam
levá-lo a Macchu Picchu. Eles se negaram explicando que era um local sagrado.
Hiram Bingham ofereceu um soles para eles (algo como dois meses de trabalho),
que cederam e levaram o “descobridor” até a Cidade Sagrada. Esse conheceu o
local, retornou ao seu país de origem (USA) e voltou dois anos depois em uma
grande expedição exploratória patrocinada pela National Geografic. Levou
milhares de artefatos, múmias, objetos diversos para a Universidade de Yale, a
qual era vinculado, com a promessa de devolvê-las em dois anos, após os estudos.
Está até hoje lá!! Devolveram apenas 350 peças dizendo que era tudo, o que
ninguém acredita. Não devolveu nada de ouro, alegando que não tinha.
Recentemente (1995) foi encontrado um bracelete de ouro perto da árvore
existente na esplanada central de Machu Picchu, por isso ninguém acredita que
ele não tenha encontrado e levado nada de ouro. Por esses fatos e por outras
coisas é que o pessoal descendentes de incas e locais (quéchuas) tratam Hiram
Bingham como um grande saqueador.
Voltando a magia de Machu Picchu, a cidade sagrada
efetivamente é uma coisa espetacular. Somente quem foi para lá pode dizer sobre
os encantos e a magia do local.
Quer sentir a sensação e a energia de Machu Picchu?
Somente indo para lá.
Pode ir! Garantimos: não existirá no mundo alguém que
se decepcionará.
João/Ana/Moreno
Los
Reyes de La Ruta 40