quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Machu Picchu: cidade sagrada, jamais dominada, apenas saqueada.

Já estivemos em Machu Picchu, anteriormente, em janeiro de 1998 e pudemos constatar grandes mudanças no sistema organizacional do tour. Naquela ocasião fizemos a trilha Inca, que é super desafiadora. Desta vez fizemos o tour tradicional.
Na outra viagem a vila de Águas Calientes, ou Pueblo de Machupicchu, era um caos. Suja e muito desorganizada. O trem também era barra pesada. Era o único trem existente e nele viajavam o pessoal local e os turistas e não tinha limite de lotação. Então era galinha, porco, sacos de cereais, legumes, vendedores de tudo o que se pode imaginar... todos juntos enlatados no vagão.
Agora o sistema mudou. Tem os trens de turistas e os dos moradores locais, onde turistas não entram.
Primeiramente desloca-se de van, ou automóvel particular, até a cidade de Ollantaytambo (1h:30 de viagem). Lá toma-se um trem, muito bom, com teto panorâmico e serviço a bordo, tal qual um avião (não da Gol nem TAM).
A viagem é muito bonita. A estrada de ferro vai margeando o rio Urubamba, que estava bastante ruidoso. Esse rio pertence à Bacia Amazônica e o trem vai entre ele e as montanhas. A vegetação vai ficando cada vez mais densa a medida que se aproxima de Águas Calientes.
Chegamos a estação e lá estava uma moça me aguardando com uma placa escrita Jhoan Campos. Todos de língua espanhola não conseguem falar meu nome corretamente. Sempre falam Joáo.
Passeamos pela cidade e fomos dormir cedo, pois queríamos sair “temprano” para a Cidade Sagrada.
Curiosidade – A cidade de Machu Picchu não foi dominada pelos espanhóis, como Cusco. Ela misteriosamente estava desabitada, morando lá apenas duas famílias nativas, as de Toribio Richarte e Anacleto Alvarez. O pessoal nativo do Peru não tem o tal do Hiram Bingham em bom conceito. Hiram Bingham é considerado pelos colonizadores e comunidade científica como o descobridor científico de Machu Picchu. Segundo falou nosso guia e está registrado em livros, ele chegou ao local que hoje é Águas Calientes, perguntou para uma família local se poderiam levá-lo a Macchu Picchu. Eles se negaram explicando que era um local sagrado. Hiram Bingham ofereceu um soles para eles (algo como dois meses de trabalho), que cederam e levaram o “descobridor” até a Cidade Sagrada. Esse conheceu o local, retornou ao seu país de origem (USA) e voltou dois anos depois em uma grande expedição exploratória patrocinada pela National Geografic. Levou milhares de artefatos, múmias, objetos diversos para a Universidade de Yale, a qual era vinculado, com a promessa de devolvê-las em dois anos, após os estudos. Está até hoje lá!! Devolveram apenas 350 peças dizendo que era tudo, o que ninguém acredita. Não devolveu nada de ouro, alegando que não tinha. Recentemente (1995) foi encontrado um bracelete de ouro perto da árvore existente na esplanada central de Machu Picchu, por isso ninguém acredita que ele não tenha encontrado e levado nada de ouro. Por esses fatos e por outras coisas é que o pessoal descendentes de incas e locais (quéchuas) tratam Hiram Bingham como um grande saqueador.
Voltando a magia de Machu Picchu, a cidade sagrada efetivamente é uma coisa espetacular. Somente quem foi para lá pode dizer sobre os encantos e a magia do local.
Pode ir! Garantimos: não existirá no mundo alguém que se decepcionará.

João/Ana/Moreno

Los Reyes de La Ruta 40